HIPERVITAMINOSE D SECUNDÁRIA À SUPLEMENTAÇÃO DIETÉTICA EM UM CÃO: RELATO DE CASO

Autores

  • M. H. TAVARES UFPEL
  • C. X. GRALA Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Veterinária da UFPel
  • P. DE L. WACHHOLZ Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Veterinária da UFPel
  • C. M. DE LIMA Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Veterinária da UFPel
  • S. JORGE Docente UFPel
  • C. GOLONI Pós-doutoranda da FCAV/Unesp Jaboticabal
  • P. C. JARK Onconnectionvet/Oncospes
  • M. C. H. RONDELLI Docente UFPel

DOI:

https://doi.org/10.15361/2175-0106.2024v40n4p87-94

Resumo

A necessidade de ingestão de vitamina D para cães e gatos é conhecida, devido à incapacidade de sintetizá-la suficientemente por meio da ação cutânea dos raios solares ultravioletas B, portanto, os níveis recomendados de vitamina D são indicados em guias consagrados. Este trabalho relata um caso de hipervitaminose D em um cão que apresentou hipercalcemia e importante elevação na concentração sérica de 25-hidroxicolicalciferol após su; plementação de vitamina D3 por suplemento alimentar. Um cão, sem raça definida, macho, castrado, de 4 anos de idade, peso 13,5 kg, escore de condição corporal 4/9 foi atendido por apresentar apatia, anorexia, êmese, poliúria e polidipsia por cinco dias. O cão recebia alimento caseiro formulado e recebia 1g de suplemento aviado em farmácia de manipulação, sob prescrição. O paciente manifestou hipercalcemia (cálcio total 14,9 mg/dL; 9,0-11,3 mg/dL; e cálcio ionizado 1,75 mmol/L;1,2-1,45 mmol/L). As principais causas de hipercalcemia maligna foram investigadas (linfoma, carcinoma de saco anal, timoma). O peptídeo análogo do paratormônio estava normal (0,00 pmol/L; 0,0-1,0 pmol/L) e o paratormônio, diminuído (0,00 pmol/L; 0,5-5,8 pmol/L), excluindo causas neoplásicas e hiperparatireoidismo primário. Outras causas de hipercalcemia foram avaliadas (hipoadrenocorticismo, doenças granulomatosas e doença renal crônica) e a concentração sérica de 25-hidroxicolicalciferol estava 19,7 vezes acima do valor máximo esperado (7973,00 nmol/L; 109-403 nmol/L). Concluiu-se que era um caso de hipervitaminose D, possivelmente ocasionado pela ingestão de vitamina D que excedia entre 19,8 e 178 vezes os limites máximos diários, ou o recomendado. Excluídas as principais causas de hipercalcemia, a hipervitaminose D deve ser considerada, embora seja incomum. Assim como no caso relatado, se a dieta for baseada em alimentação caseira suplementada, os detalhes da prescrição devem ser conferidos para garantir a segurança nutricional do paciente.

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Publicado

28/12/2024

Como Citar

TAVARES, M. H., GRALA, C. X., WACHHOLZ , P. D. L., LIMA, C. M. D., JORGE, S., GOLONI, C., JARK, P. C., & RONDELLI, M. C. H. (2024). HIPERVITAMINOSE D SECUNDÁRIA À SUPLEMENTAÇÃO DIETÉTICA EM UM CÃO: RELATO DE CASO. Ars Veterinaria, 40(4), 87–94. https://doi.org/10.15361/2175-0106.2024v40n4p87-94

Edição

Seção

Small Animal Clinic/Clínica Médica de Pequenos Animais